As últimas pesquisas publicadas sobre o time do coração de cada pernambucano apontam um preocupante crescimento da preferência por clubes do eixo Sul-Sudeste, no mais autêntico efeito parabólica. Quanto mais distante do capital, mais forte é a presença das cores de clubes de fora, que no levantamento oficial da FPF (através da Opine) já registrava 20,4% da preferência, em fevereiro de 2008.
A Região Metropolitana do Recife, ainda segundo os dados divulgados, apresenta 6,2% da torcida por clubes de fora do Estado, contra 13,4% na Zona da Mata, 23,2% no Agreste, 47,9% no Sertão e 64,7% no Sertão do São Francisco. Números impresionantes para o Estado que sempre se orgulhou de ter identidade própria em sua paixão clubística.
Em trabalho recente, realizado em novembro de 2009, o Instituto Maurício de Nassau nostra que o "Trio de Ferro" já fica atrás do Flamengo no Sertão, local que resgistra 14% de preferência para o clube carioca, contra 12% do Sport, 10% do Santa Cruz e 8% do Náutico. Outros clubes somam 27% da preferência do torcedor.
Entre as possíveis alternativas para que se possa frear o avanço desses números e trazer os grandes clubes mais perto da realidade dessas regiões, promovendo jogos amistosos e até mesmo trazendo partidas de competições nacionais para algumas praças que comportem a exigência da CBF. Criar escolinhas, projetos de visibilidade e núcleos para associados, trabalhar a marca através de produtos licenciados e até mesmo promover clássicos entre clubes da capital nos estádios do interior, podem ser alternativas para valorizar o gosto pelos representantes locais.
A NBA, liga do basquete americano, apesar de ter seu sucesso evidenciado há várias temporadas, não perde a oportunidade de expandir suas fronteiras e não é raro promover jogos entre suas franquias em cidades de outros países como Pequim e Tóquio, por exemplo. Percebendo o interesse dessas "praças" sobre o seu produto, com o surgimento de atletas oriundos de diferentes nacionalidades, a liga trata de fortalecer essa penetração promovendo o "showtime' fora dos seus limites.
É preciso quebrar os paradigmas e trazer para nossa realidade modelos que provoquem o interesse do público, que comprovadamente gosta de futebol, mas que muitas vezes perde o referencial por pura e simples falta de contato. Com a ausência temporária de nossos clubes na Série A, faz-se necessário mudar, enquanto é tempo...
Por Adethson Leite (blog do números)
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