Sport Club Flamengo, Torre Sport Club e Tramways Sport Club. Você sabe o que eles tem em comum? São Campeões Pernambucanos. Mas as semelhanças não param por ai, também foram Campeões Invictos. Estes três clubes figuraram entre os campeões nas primeiras décadas de disputa do Campeonato Pernambucano e cravaram seus nomes na galeria dos grandes campeões. Juntos somam 6 títulos estaduais e muitas histórias.
O Sport Club Flamengo foi fundado no dia 20 de abril de 1914 na cidade do Recife. A escolha do nome veio pela simpatia dos fundadores com o Clube de Regatas Flamengo do Rio de Janeiro. O Flamengo conquistou a Taça Casa Amarela em 1929 e o Torneio Verão da cidade do Recife em 1939. Mas sua maior vitória foi o título de primeiro Campeão estadual no ano de 1915.
No dia 12 de dezembro de 1915, com uma vitória por 3x1 sobre o Torre Sport Club, o Flamengo sagrava-se supercampeão, de forma invicta, da competição organizada pela Liga Sportiva Pernambucana. A disputa pelo título foi em formato de triangular e o Flamengo, além de ter batido o Torre, superou também o Santa Cruz. O time campeão era formado por: Luiz Cavalcante, Albuquerque, Francisco Alves, Frederico, Ruy,
Abdon, Farias, Parcy, Taylor, Gastão e Waldemar, de acordo com a
sequência que aparecem na foto ao lado.
Tal fato foi noticiado pelo Diário de Pernambuco, em sua edição de 14 de dezembro de 1915: "Encerrou-se anteontem, com a vitória do Sport Club Flamengo contra o Torre Sport Club, o campeonato da Liga Sportiva Pernambucana, instituído para o football. Depois de uma série de matchs emocionantes, que trouxeram em constante delírio o público esportivo do Recife, teve o Flamengo coroado os seus esforços e firmada a sua força dentre os seus dignos adversários nas lutas pacíficas do esporte. O Flamengo do Recife quis ser o êmulo do seu congênere do Rio, e vencendo a tática do Santa Cruz e a tenacidade do Torre, soube guardar para si os louros da vitória - e as "louras medalhas".
Tal fato foi noticiado pelo Diário de Pernambuco, em sua edição de 14 de dezembro de 1915: "Encerrou-se anteontem, com a vitória do Sport Club Flamengo contra o Torre Sport Club, o campeonato da Liga Sportiva Pernambucana, instituído para o football. Depois de uma série de matchs emocionantes, que trouxeram em constante delírio o público esportivo do Recife, teve o Flamengo coroado os seus esforços e firmada a sua força dentre os seus dignos adversários nas lutas pacíficas do esporte. O Flamengo do Recife quis ser o êmulo do seu congênere do Rio, e vencendo a tática do Santa Cruz e a tenacidade do Torre, soube guardar para si os louros da vitória - e as "louras medalhas".
Time do Flamengo em 1926
O Flamengo participou de 34 edições do Pernambucano. De 1915 a 1938, 1940 a 1947 e se despediu da competição no ano de 1949.
O Torre Sport Club completaria 100 anos em 2009, porém o clube se encontra extinto. Fundado em 13 de maio de 1909, o Madeira Rubra como era chamado carinhosamente pela sua torcida, consquistou vários títulos durante seu período de atividade. As conquistas mais importantes do clube, que levava o nome do seu bairro na cidade do Recife, foram os três Campeonatos Pernambucanos vencidos nos anos de 1926, 1929 (Invicto) e 1930. Mas também conquistou: o Torneio Início (1922 e 1929), a Liga Desportiva da Torre (1911), a Liga Suburbana (1915, 1919, 1920, 1921) e a Copa Torre (1921, 1926, 1928, 1929, 1930, 1932, 1940 e 1942).
Time Campeao Pernambucano de 1926: Valença, Filuca e Pedro Barreto;
Aquino, Hermes e Dantas; Osvaldo, Piaba, Péricles, Antonio e Chiquinho
Aquino, Hermes e Dantas; Osvaldo, Piaba, Péricles, Antonio e Chiquinho
No ano de
1925 o Torre, que havia sido vice-campeão no ano anterior, organizou
um torneio chamado Trófeu Torre Sport Club que seria disputado em uma
única partida contra o Flamengo. A equipe do Torre venceu o jogo por
3x1, com dois gols de Junqueira, e levantou aquela taça.
Time Campeão
Pernambucano de 1929: Valença, Hermes, Miro,
Leleco, Fuastino, Costa, Agnelo, Piaba, Maturano, Letona e Aldo
Leleco, Fuastino, Costa, Agnelo, Piaba, Maturano, Letona e Aldo
O Torre disputou 26 edições do Campeonato Pernambucano, nos anos de 1915 a 1940.
O Tramways Sport Club foi o último dos três a se tornar Campeão Pernambucano. O time, que levava o nome de uma companhia elétrica e de transportes da cidade do Recife, disputou a elite do futebol pernambucano por sete anos e causou muita dor de cabeça nos adversários.
Despachando no escritório central, que ficava na esquina da Rua Aurora com a
Princesa Isabel, Domingos, Furlan e Rubinho. Na seção de energia, o ponteiro
Olívio. O goleiro Zé Miguel ficava até altas horas da noite como chefe de
quarto do departamento de luz. Sopinha, Guaberinha, Paisinho e Faustino
exerciam outras funções na empresa. O entrosamento na inglesa Pernambuco
Tramways and Power Company Limited, que foi concessionária dos serviços
elétricos e de bondes do Estado durante 50 anos (até 1962), deu origem ao
primeiro, e até hoje único, bicampeão invicto da história do Campeonato
Pernambucano.
No biênio 1936/37, foi o Tramways Sport Club quem deu as cartas no certame
local. O tricolor transviário – vestia branco, azul e vermelho – não perdeu
uma partida sequer nesses dois anos em que derrubou o quarteto de ferro da época: Sport,
Náutico, Santa Cruz e América. Como o próprio nome indicava, o Tramways era patrocinado pela
empresa inglesa, que foi responsável pela transição dos bondes puxados por
burros para os elétricos, na primeira metade do século 20. Daí, a equipe de
futebol também ser conhecida como os “elétricos”.
Na época, o profissionalismo ainda não tinha se consolidado em Pernambuco. A
maioria dos jogadores ainda não tinham contrato e não recebiam dinheiro para
jogar futebol. Mas no caso dos elétricos, a situação era um pouco diferente.
“Muitos jogadores jogavam pelo Tramways em troca de emprego na empresa. Era uma
espécie de amadorismo marrom, já que os atletas tinham sim salário, não pelo
futebol, mas pelas funções que exerciam na companhia inglesa”, destaca o
cardiologista e escritor Rostand Paraíso, que em 1997, lançou o livro Esses
Ingleses, no qual comenta a presença e a influência inglesa no Recife.
Os elétricos disputaram sete estaduais, de 1935 a 41. O primeiro título, em
1936, foi tumultuado. Mesmo ainda faltando 16 partidas para o fim da
competição, os clubes e a Federação Pernambucana de Desportos resolveram
encerrar o campeonato. Com sete pontos a mais do que Náutico e Santa Cruz, o
Tramways foi declarado campeão. Sua última partida foi contra o Sport, o qual
derrotou por 3x2, com dois gols de Sopinha e um de Olívio. Foram 11 vitórias e
dois empates.
Campeão Pernambucano de 1936
Mesmo com a campanha muito superior a dos rivais, ainda ficou a dúvida se o
time teria fôlego para se manter na ponta, caso a competição seguisse até o
final. Por isso, no ano seguinte, os transviários fizeram uma campanha ainda
mais arrebatadora, para dizimar quaisquer dúvidas: 14 vitórias e apenas um
empate. Sessenta e quatro gols marcados e 16 sofridos. A prova da superioridade
do Tramways foi a goleada aplicada no Sport, por 5x2, no jogo que ratificou o
título. Olívio, Navarra, Alcides, Quetreco e Sopinha marcaram os tentos dos
elétricos.
Campeão Pernambucano de 1937: Zé Miguel, Domingos e Ernesto;
Guaberinha, Paizinho e Furlan; Alvides, Omar, Sopinha, Quetreco e Olívio
Muitos dos jogadores que vestiram a camisa do Tramways também atuavam em
times de bairros, na Liga Suburbana, que era muito forte na época. Casos
de Zé
Miguel, Olívio, Paisinho e Quetreco. Mas para ser bicampeão estadual foi
preciso também tirar do Santa Cruz Zezé, Júlio Fernandes e Alcides
Cachorrinho,
que marcou 56 gols pelo Tramways em Pernambucanos, tornando-se o maior
artilheiro da equipe na história da competição. Com dinheiro de sobra, o
técnico Joaquim Loureiro veio de São Paulo para armar a equipe.
Até 1941, quando disputou o seu último Estadual, o Tramways seguiu fazendo
um papel digno. O fim da equipe foi assim explicado por Haroldo Praça, em seu
livro O Gol de Haroldo, de 2001. “Não obstante reunir bons jogadores e armar
equipes destacadas, o ‘elétrico’ foi vitimado por moléstia incurável: clube de
dono (Antônio Rodrigues de Souza, diretor da empresa britânica, responsável
pelo investimento na montagem dos times de 1936/37). E aí começou a entrar para
a história mais uma aparição brilhante efêmera.”
Gol do Tramways durante excursão à Fortaleza em 1941
O Tramways conquistou 6 vezes a Copa Torre (1934, 1935, 1936, 1937, 1938, 1939) e tinha o Torre Sport Club como seu maior rival, ambos do
bairro da Torre disputavam o Clássico Bairrense.
Grandes campeões que ficaram imortalizados na memória dos que puderam acompanhá-los e nas páginas do jornais para os que não tiveram a honra de assistí-los. Detentores de recordes, fatos marcantes e reveladores de grandes atletas, estes clubes deveriam ser lembrado com mais frequência pela mídia pernambucana. É uma pena termos poucos registros dos nossos campeonatos passados, sobretudo dos nossos Extintos Campeões do passado!
Por Guilherme Rodrigues
4 comentários:
show de bola, literalmente, se esses clubes ainda existissem meu sport teria mais dificuldade pra ganhar.
Belo texto!
Tiago Medeiros
www.globoesporte.com/futebolnordestino
Excelente matéria! Show de bola!
EU JÁ OUVIR FALAR Q UM DELES ESTA SÓ TRABALHANDO NA CATEGORIA DE BASE;
E VERDADE? E QUAL E
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